Pular para o conteúdo principal

SISTEMAS DE GESTÃO E O TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO




Esta atrofia técnica pode ser mais compreendida quando ocorreu a mudança de Supervisor de Segurança no Trabalho para Técnico em Segurança no trabalho e o curso de meses passou a ter uma carga horária muito mais ampla com conteúdo programático mais complexo. Sentiu-se que o mercado de trabalho e a realidade das organizações era totalmente diferente da formação. Claro que para as empresas que por influencia de suas matrizes já tinham modelos de gestão definidos o novo profissional pode ser melhor adequado, no entanto sem as características dos antigos supervisores conhecedores da realidade brasileira – a prevenção mesmo que mais organizada tornou-se mais fraca e o resultado isso foi uma serie de acidentes graves – muito deles fatais – em empresas onde tradicionalmente a prevenção era reconhecidamente eficaz. Faltou e falta diagnostico especifico para a realidade nacional – a bela roupa colorida vinda de fora não protegeu e em ainda em muitos casos não protege nossa gente. Esqueceu-se que embora as máquinas sejam importadas, que os métodos tenham origem lá fora – quem as opera e executa nasce deste chão, cresce nesta realidade e sobrevive neste meio.

Então chegamos a um ponto onde temos de um lado profissionais muito capacitados para um determinado modelo prevencionista e do outro um novo modelo capaz de conduzir nossa área para um novo patamar. Em meio a isso uma serie de pressões vindas dos mais diversos lados para que a transição de modelos seja feita – e em meio a isso alguns especialistas bastante conhecedores de sistemas mas pouco conhecedores da real relação capital x trabalho em nosso pais. Esta equação – pode ser conduzir a muitos resultados.os que temos visto ate agora são mais do que preocupantes porque não tem sido mais do a renovação do modelo de sensação de prevenção.

E tudo seria mais simples e com certeza menos oneroso se a vivência e experiência dos que ao longo dos anos foram os agentes da prevenção fossem ouvidos.

Tudo seria melhor e mais proveitoso se o novo viesse contido dentro da simplicidade e sem a sofisticação que para mais nada serve do que supervalorizar o belo embrulho onde se guarda e apresenta a pratica pura e simples como uma novidade.

O que ocorre e que organizações onde o Sistema de Gestão informal era uma realidade assimilada e conhecida pelos trabalhadores de repente estão jogando no lixo todo CAPITAL PREVENCIONISTA, tudo que ao longo dos anos foi sendo forjado e que se não fosse bom – ora aquele organização há muito temo teria fechado as portas em razão de todos e tantos acidentes e doenças ocorridos.

E como seria diferente se fosse ouvido o profissional de Segurança do Trabalho que ali atua.  Como seria menos oneroso se aliássemos ao conhecimento do chão de fábrica, ao domínio das praticas improvisadas – mas que dão resultados - - o conhecimento da ORGANIZAÇÃO – a possibilidade de saber que aquilo que e feito pode ser melhorado, pode ser trabalhado de forma planejada e mais do que isso – ode ter sua execução mensurada a ponto de permitir que se saiba o quanto podemos melhorar ainda mais.

O quanto seria bom que a grande “novidade” – fosse vista sem deslumbres e antes de mais nada como oportunidade de consagrar o trabalho de toda gente que ate então vem evoluindo na prevenção exeqüível e possível.

O quanto seria bom que com honestidade fosse dito que uma norma de referencia serve antes de mais nada para que comparemos a nossa realidade com um modelo básico de gestão contendo o mínimo de requisitos para uma gestão mais completa e que a adição deste ou daquele modelo fosse uma premio – um horizonte ara a nossa gente ao invés de ser o castigo de mais um mundo de papel que poucos conseguirão ao menos entender para o que servem.

Seria espetacular e de grande valia para todos – que o profissional de segurança no trabalho tivesse acesso ao entendimento dos sistemas de gestão – que antes de qualquer coisa viesse a PRÁTICA e o CONHECIMENTO – e digo entendimento querendo mais do que nunca expressar a necessidade de assimilar um modelo de trabalho e não apenas entender um conjunto de requisitos. Imaginem quão poderosos seriam os sistemas concebidos a partir desta ótica e o quanto as gestões seriam prazerosas.

Longe de mim defender qualquer tipo de corporativismo – ate porque entendo que a consciência profissional vem antes de qualquer coisa e muito mais especialmente quando tratamos com vidas - para mim importa o resultado prevenção. No entanto é preciso que se diga primeiro aos colegas Técnicos em Segurança que eles são capazes sim de migrarem os modelos atuais de gestão adequando-os as normas de referencia – basta que para isso dediquem-se ao estudo da real finalidade destas normas. Uma boa oportunidade de aprendizado esta na área de nossos colegas da qualidade. E preciso dizer a eles que apesar de todo processo de atrofia técnica – mencionada diversas vezes aqui neste mesmo texto –poucos são os profissionais que tem o domínio e conhecimento da realidade prevencionista das organizações e que não se deixem levar por termos complicados e palavras que surgem de pessoas que tentam se por a nossa frente como especialistas em assuntos que dominamos plenamente. Podemos sim alguns de nos não termos ainda a familiariedade com os termos e o sentido de certas ferramentas – mas com certeza elo menos uma vez na vida utilizamos estas mesmas ferramentas para fazer a prevenção acontecer. Podemos não estar familiarizados com certos conceitos que chegam ao chão da fábrica mas se olharmos bem de perto veremos o quanto são coisas de nosso dia a dia.

Diria – e não apenas aos Técnicos em Segurança – mas TODO E QUALQUER PROFISSIONAL brasileiro, que não devemos passar o resto de nossos dias achando que somos capazes de fazer mas que não somos  capazes de gerenciar. Que se sabemos fazer com a cabeça baixa – o que não iremos fazer quando levantarmos a cabeça e olharmos na direção do horizonte das novas possibilidades ?

Um Sistema de Gestão será melhor quanto mais aplicável e assimilável for.

Será mais facilmente implementado e custara menos recursos – quanto mais próximo da pratica for planejado. E tudo isso depende essencialmente de ser desenvolvido por alguém que conheça os processos relativos a ele.

Então fica claro que o papel do Técnico em Segurança do Trabalho é muito maior do que parece dentro deste assunto.

É importante termos consciência desta importância e buscarmos a inserção neste processo, no entanto para que isso ocorra há necessidade de adicionarmos novos conhecimentos e também reavaliarmos parte da visão que temos do assunto. Com certeza isso já possibilitara uma visão mais critica sobre o assunto que será muito útil também ara a organização onde atuamos.

Cosmo Palasio de Moraes Jr.
Técnico de Segurança do Trabalho

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

1ª Parte -PPRA X CREA e 2ª Parte PPRA : TST X CREA

INFORMAÇÕES JURÍDICAS O Sistema CREA/CONFEA tem notificado e até mesmo multado, alegando que a empresa e/ou o TST apresenta LAUDO de PPRA assinado por Técnico de Segurança do Trabalho”. Lembramos que o PPRA é um “Programa” e não “Laudo” Como todos sabemos não consta na NR-9 a palavra “Laudo” e sabemos que o PPRA é especifico desta NR, e que é inerente as funções do Técnico de Segurança do Trabalho, devidamente regulamentado pela NR-4, NR-27 da Portarias 3.214/3.275 do MTE e não pela Lei Federal 5.194 de 24/12/1966 que compete orientar e fiscalizar o exercício das profissões do Engenheiro, do Arquiteto, do Agrônomo, etc. Lembrando que o exercício da profissão do Técnico de Segurança do Trabalho não tem caráter subordinativo ou o controle do CREA/CONFEA visto que o controle da exercício desta profissão é do Ministério do Trabalho e Emprego até a regulamentação do Conselho próprio desta categoria. As duvidas de interpretação Jurídica, formulamos consultas ao MTE através da Secretári...

evitar Acidentes

24/7/2009 - Evitar acidentes No dia 17 de junho, a Câmara dos Deputados aprovou substitutivo ao Projeto de Lei 2660/96, que limita a quatro horas ininterruptas o tempo de direção do motorista de caminhão ou ônibus trafegando em rodovia. A proposta segue para sanção presidencial. Pelo texto aprovado, o motorista deverá descansar, pelo menos, 30 minutos, de forma contínua ou de modo descontínuo, ao longo de quatro horas dirigidas, exceto quando iniciar o período de repouso. O motorista é obrigado, dentro do período de 24 horas, a observar um intervalo ininterrupto de, no mínimo, dez horas de descanso fonte: http://www.cipanet.com.br/ver_noticias.asp?art=393

Máquinas e Acidentes

"A prevenção focada na fase de concepção de máquinas e equipamentos foi desencadeada, pela primeira vez, no Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 1993. Naquela ocasião, foram negociadas, de forma tripartite, mudanças no projeto e na fabricação de motosserras, incluindo vários itens de segurança. Tal negociação refluiu para a Norma Regulamentadora 12, que desde então proíbe a comercialização de tais equipamentos desprovidos de seus dispositivos de segurança. Outros equipamentos foram objeto de ações positivas do MTE, como o cilindro de massa e as prensas injetoras.É nesse sentido, o de incentivar a concepção e a produção de máquinas seguras, que caminha o trabalho do professor doutor René Mendes. Encomendado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, preocupado com o elevado custo dos acidentes decorrentes de máquinas e equipamentos, posto que grande número deles causa incapacidade total ou parcial permanente, gerando benefícios que são mantidos por até 60 anos, o tr...