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Retomar o uso do amianto é retrocesso

A tentativa de retomada do debate feito pelo Senado Federal pela liberação do amianto no Brasil é vista como um preocupante retrocesso pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Há mais de 20 anos, a Associação defende o debate técnico acerca do banimento da substância, que já foi proibida em 65 países.
O movimento do Senado, em consonância com empresas que produzem e exportam o produto, ocorre menos de dois anos após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pelo banimento, em mais um episódio de uma longa batalha pela saúde dos trabalhadores. Como associação que congrega Médicos do Trabalho, a Anamt reafirma que as discussões a respeito do amianto devem ser técnicas – e não guiadas pelo viés econômico.
Todos os tipos da substância são cancerígenos e podem causar inúmeras doenças graves, como asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma – além de câncer de laringe, do trato digestivo e de ovário, espessamento na pleura e diafragma, derrames pleurais, placas pleurais e severos distúrbios respiratórios. Apenas no Brasil, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) registrou 2,4 mil óbitos entre 2000 e 2010 decorrentes da exposição ao material.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também já se posicionou favorável ao banimento do mineral. A organização classificou o uso da fibra como uma catástrofe de saúde pública, responsável por mais de 100 mil mortes por ano em todo mundo. Estudos conduzidos pela OMS também reforçam que, ao contrário do que argumenta a indústria, não existem limites seguros para o uso do amianto.
Na causa, ao lado da Anamt, também está a Associação Médica do Brasil (AMB) e mais 50 entidades médicas.

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